A Primeira Volta a Portugal em 125cc teve início a 10 de Agosto. Tive o prazer de me juntar ao grupo para fazer as 3ª e 4ª mangas desta aventura, aos comandos de uma "muy digna" Varadero 125.
Apesar de todo o grupo me ser totalmente desconhecido, o "Espírito Motard" prevaleceu e o ambiente de camaradagem foi franco e agradável. Afinal era tudo gente bem disposta e sintonizada, com um objetivo bem definido, e muito tempo para desfrutar de um bom passeio. Além disso o cenário da fabulosa praia fluvial do Alamal, ali perto do Gavião e de Belver também favorecia o ambiente. Mas estes jovens corajosos obrigaram-me a fazer campismo, coisa de que tinha escapado incólume ao longo de mais de trinta anos... enfim, a vista nem era má de todo e a noite não foi assim tão má! Pelo menos dormi longe dos aspersores da relva :-)
O regime "low cost" obrigava a usar a imaginação e a fazer economia de escala, pelo que as refeições eram feitas "in loco" recorrendo a ingredientes que exigissem o menor esforço de preparação, excepção feita ao café, cujo fogão para aquecer a água, demorava tanto quanto as 125 a cumprirem o itinrário previsto... ou quase!
De manhã cedo foi a partida para uma tirada de 260 km, a passar pela parte mais calma da N2 entre Domngão e Mora, e pela bonita mas terrivelmente infestada de mosquitos N253 até Alcácer do Sal. Faltava ainda a secante reta do IC1 até Grândola, ou lá perto, com o objetivo de apanhar o IP8 que nos levaria a Vila Nova de Sto. André.
No meio desta aventura, puz-me a imaginar a força de vontade que as "penduras" demonstraram, ao cumprir todos aqueles quilómetros, e todas aquelas horas, em motos que muito motociclista que eu conheço e respetiva pendura, se iriam queixar logo ao fim de uns poucos quilómetros...
Na noite que passámos em Sto. André, e depois de uma grande jantarada, ainda tive oportunidade de ficar a conhecer a sede e alguns sócios do Moto Clube local.
A noite chegou rápida e o dia seguinte mais ainda! O objetivo era ir dormir a Constância. O almoço, era onde desse, e calhou por alturas de Tancos, onde o Tejo e o Almourol enchiam a paisagem e uns frangos assados enchiam a barriga. Volta a montar e a dar firme ao andamento pois havia de armar tendas e o tempo estava incerto. Tão incerto que após algumas desistências, também eu aproveitei a embalagem, e mesmo correndo o risco de adormecer embalado pelo troar dos 125cc da Varadero, acabei por me fazer à estrada e ir dormir a casa! Em boa hora o fiz, já que a noite foi brava com o estardalhaço que o S. Pedro fez a noite toda.