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quinta-feira, maio 22, 2008

10º Lés-a-Lés





Dez anos e dez travessias de Portugal em moto. Mais de dez mil quilómetros, acumulados, de estradinhas, estradões, caminhos e ruelas, com as respectivas paisagens que mostraram aos muitos participantes os interstícios e a riqueza paisagística deste nosso belo país, e que confronta motociclistas e suas máquinas com a força de vontade e a determinação necessárias para resolver problemas e superar dificuldades.

Mas mesmo a prova mais carismática do calendário Mototuristico Nacional, tem que evoluir e continuar a surpreender, sobretudo aqueles que, ano após ano, continuam a guardar recursos e energias para voltarem a aceitar mais um desafio. 

E este ano a organização do Lés-a-Lés esmerou-se e conseguiu mesmo mover interesses e mobilizar até o lobby meteorológico em prol do seu derradeiro objectivo que era tornar esta edição de 10º aniversário, inesquecível.

E dificilmente os mais de 900 participantes vão esquecer toda a água presente no prólogo disputado no Parque Nacional de Montesinho, onde a lama e os caminhos escorregadios foram a dominante, sobrepondo-se à beleza entretanto enevoada de uma das regiões mais remotas e belas de Portugal. Ou esquecer toda a água que caiu na partida em Bragança, ou em Pinhel, logo depois do almoço e que se manteve até ao final da tarde, já quase às portas de Coimbra. Ou ainda a chuva que se fez sentir no terceiro dia, entre Ansião e a entrada no Alentejo, que tornou as estradas escorregadias e desgastantes para os já cansados concorrentes.

Mas nem só de coisas más vai viver a lembrança deste Bragança – Coimbra - Sagres, houve muitos momentos de são convívio, encontros e reencontros com amigos, com conhecidos, e com os “personagens” habituais nesta “prova” que, mesmo nos piores momentos, conseguem arrancar um sorriso, muitas vezes suficiente para fortalecer o ânimo e ajudar a superar as dificuldades e por vezes até o desespero dos participantes.

E ainda havia o povo que, da porta de suas casas ou do meio da sua labuta diária no campo, saudava os viajantes durante todo o percurso com efusão e espanto num agradecimento pela quebra da rotina típica do seu habitat.

Muito se podia dizer sobre este 10º Lés-a-Lés, mas nada iria transmitir a realidade. Por isso, um grande obrigado é o mínimo que se pode dirigir a todos os que tornaram possível esta grande aventura.